quarta-feira, 2 de março de 2011

Enquanto isso na escola pública...

O que mais pode acontecer?

Mês de Dezembro. 
Mais uma vez estavam abertas as inscrições para a prova dos professores não efetivos da rede pública. Dentre estes, eu acreditava ser mais uma prova que eu conseguiria passar.
Chega o dia da prova, saio cedo de Ipuã e vou para São Joaquim da Barra para mais um ano de concurso público. Lembro-me que a prova foi um dia após a formatura de uma das escolas particulares que trabalho, então para amenizar meu cansado devido à festa, esperei as obrigações como professor terminarem naquela noite e fui embora mais cedo para descansar um pouco.
Como eu já esperava, a prova não estava difícil, pois os assuntos ali cobrados se encontravam em um nível médio, sem muitos "quebra-cabeças". Com um desempenho razoável, consegui me classificar dentre os primeiros colocados da região. Bastava agora esperar a atribuição.

Ah... essa rede pública.

Há poucos dias da atribuição, chega à escola onde leciono um comunicado com um assunto de meu interesse. Neste comunicado, constava que eu, juntamente com alguns outros professores, fazíamos parte da categoria "O" e que nossos contratos estariam suspensos por 200 dias letivos! (Em outras palavras, você trabalha 1 ano e fica 1 "descansando"). 
Com aquela suspensão, eu perdi o vínculo com a U.E (Unidade Escolar), não podendo mais participar da atribuição de aulas naquela escola.
Depois da atribuição, ou seja, após outros professores "pegarem" nossas aulas, a Diretoria de Ensino envia à escola outro comunicado, relatando desta vez que aqueles professores que tiveram seus contratos suspensos, poderiam sim participar da atribuição de aulas, porém participariam desta atribuição nas Escolas Polos (traduzindo: participaríamos juntamente com os professores de toda a região abrangida pela D.E.).

Chegando o dia da atribuição, lá estávamos nós mais uma vez, professores aprovados pelo concurso. 
A grande notícia era que não havia quase que mais aula nenhuma sobrando. 
Ou seja... sobramos.

Esse concurso então, se tornou uma obrigação que não lhe garante absolutamente nada. 

Para dizer que ficamos de mãos abanando, pelo menos digo por mim, acabo de "pegar" uma licença saúde de 60 dias, pois a professora foi Obrigada a pegar as aulas, mesmo sem condições de lecioná-las.

É a triste vida de um professor de escolas públicas.

Com certeza, vem mais por aí...

3 comentários:

  1. É professor as coisas não estão mesmo sendo fáceis este ano, mas tem gente que não acha as "regras de atribuição" do Estado tão ruins assim, veja aqui em Ipuã por exemplo, estão querendo se basear nelas para definir critérios aqui, ao menos é o que dizem, mas na verdade a única coisa em comum é que ninguém entende e só concordam com elas alguns poucos beneficiados...

    Sandro

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  2. Olá Amigo!! Compartilho com você. De fato a carreira para inciantes na educação de SP não está fácil. Há casos em que podemos comparar a luta dos espermatozóides para fecundar um óvulo. Tem que estar cheio de esperanças. Você expôs muito bem o drama dos Ofas.

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  3. Amigos Paulo e Sandro
    As iniciativas do governo para com os Ofas são sinais de um descaso cada vez maior com esse "categoria" de professores. Não é de se estranhar o número cada vez menor de formandos em cursos de licenciaturas. Minha opinião é que tendemos cada vez mais para um caos na educação, e isso não está longe!

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