sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Momento Colunista

Momento "crítico" também

No final de 2008 e começo de 2009, depois da prova aplicada pelo governo ter sido aplicada ser cancelada dias antes da atribuição, publiquei o artigo abaixo sobre a relação entre competência e experiência no Portal Ipuã (http://www.portalipua.com.br/)

Ontem a tarde, ainda não confirmado claro, recebi a notícia na escola em que leciono que esse ano mais uma vez não haverá prova para atribuição de aulas para o ano letivo de 2011 (pelo menos dessa vez eles não vão cancelar a prova depois de aplicada). A priori, pelo menos, é o que parece. Isso me leva a iniciar um crítica sobre as atituides tomadas pelo governo. 

Ah sim, claro, isso porque eu também ainda não mencionei nada sobre a lei que implica que os professores "Categoria L" (sim, somos divididos por categoria) que trabalharam por 200 dias letivos esse ano não poderiam trabalhar no ano que vem! (ou seja, 200 dias letivos parados).

Isso muito me revolta, pois sinto que a nossa profissão está cada vez mais desvalorizada! Não é atoa que vejo muitos cursos sequer completarem as vagas disponíveis! Claro, quem irá querer trabalhar, desculpem o termo, mas como um "cavalo-velho", sendo totalmente desvalorizado, e não porque dizer humilhado pelo nosso sistema de educação.

Vergonha total...

Melhor para por aqui, então segue abaixo o artigo

Abraços!

Competência ou experiência

Em 23 de outubro de 2008, uma nova fase na educação parecia estar se iniciando, quando uma ação movida pela APEOESP (sindicato dos professores), acordava um novo critério para atribuição de aulas: uma prova classificatória para os professores temporários da rede estadual, acordo esse que estipulava, inclusive, medidas e procedimentos claros para aplicação da prova. 
Logo, em cumprimento a essa decisão, foi aplicada uma prova, em dezembro, da qual, 214 mil professores participaram.
O que não se imaginava era que, a própria APEOESP, descumprindo com o acordo afirmado, em 23 de dezembro de 2008 entrou na 13ª vara da Fazenda Pública de São Paulo, com uma Ação Civil Pública contra a aplicação da prova para a atribuição de aulas e obteve uma liminar. Essa medida judicial foi cassada pela ação da Procuradoria Geral do Estado e a atribuição de aulas foi marcada para o dia 05 de fevereiro de 2009.
Ocorreu que na véspera da atribuição, no dia 04 de fevereiro de 2009, houve novo recurso por parte da APEOESP, interrompendo mais uma vez o processo de atribuição das aulas, que teve que ser transferida para o dia 10 de fevereiro de 2009.
Resumindo: voltamos à estaca zero. E esse que talvez seria o primeiro passo em busca de uma melhoria da nossa educação pública, foi interrompido antes mesmo que pudesse ser executado.
Sabemos que a educação é base de tudo. Não há como um país tentar se erguer sem que haja um investimento na sua educação. É como afirma a Secretária da Educação Maria Helena Guimarães de Castro, quando diz: “A prova para professores temporários é parte de um grande processo, iniciado em 2007, para garantir maior qualidade do ensino. Trata-se de um conjunto de medidas, que inclui premiação por desempenho, aumento da infra-estrutura nas escolas, reforço da atividade pedagógica, reorganização do currículo e redução das faltas de professores”.
Tentando não atrasar ainda mais o início do ano letivo de 2009, não houve outra solução a não ser utilizar o modelo antigo (sem a prova), ou seja, a classificação para atribuição é dada com base no tempo de serviço e títulos.
A Secretária ainda afirma: “Os professores temporários têm uma importante participação na rede. É fundamental que os alunos tenham os melhores professores nas salas de aula. Mas, com a APEOESP contra a avaliação de professores na Justiça, sem a possibilidade de reversão imediata da liminar, resolvemos utilizar o modelo antigo”.
Sem desmerecer qualquer profissional, nada disso estaria acontecendo se os professores que já possuem um tempo maior de serviço conseguissem aquilo que é obvio, ou seja, uma pontuação considerável na prova aplicada para garantir uma boa classificação para atribuição, mas o que essa prova mostrou é que muitos dos professores que estão ingressando na rede estão mais preparados para o que o governo espera.
Isso mostra que, nem sempre, experiência é sinal de competência. Talvez a comodidade de um trabalho estável, fez com que alguns profissionais não se empenhassem no seu trabalho, deixando com que os novos professores alcançassem uma média maior.
Mas é claro também que, não podemos sacrificar esses profissionais, pois se estão ali a tanto tempo sabem como poucos o quão é difícil a vida de um professor da rede pública, e merecem um reconhecimento ou então a garantia de um trabalho estável.
Dessa vez, pelo menos por enquanto, tudo ficará como está: professores com mais experiência continuarão com seus cargos e os professores recém chegados à rede, vão começar suas vidas lecionando aos poucos.
E a educação, como tanto torcemos, irá progredir?
Já passou da hora.

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